Em 2015, um grupo de super-humanos escapa de uma base do governo para salvar o mundo, e acaba descobrindo uma série de segredos sombrios. Essas são suas histórias.

Making Of: Christine Parrin

Este é um post em Off, sobre as idéias e rascunhos que levaram à criação de Christine Parrin.

A Christine surgiu de uma mistura de idéias, e de uma mescla de personagens. Por volta de 1997, eu e um colega estávamos planejando uma revista em quadrinhos, e bolamos um time de Super Heróis adolescentes. Entre eles, havia uma garota francesa chamada Marie, que vivia isolada dos outros membros da equipe.

Marie na verdade era filha de um importante político francês, e havia entrado para o grupo (uma escola de super-humanos) para não interferir na vida política do pai. Seus poderes eram bem bizarros - seus braços eram compostos de uma geléia amorfa, que podia assumir diversas formas, normalmente longos tentáculos ou coisas do tipo. Ela tinha vergonha desse poder, e usava luvas de couro justas até a altura dos ombros, que eram a única forma de manter seus braços com aparência normal. Diferente do resto do time, ela não era nem queria ser uma heróina. Era arrogante e depressiva, sempre se isolando dos outros, além de manter uma finesse de realeza o tempo todo.

Mais tarde, quando resolvemos fazer um jogo de RPG sobre o grupo, ela foi descartada, por ser um personagem sem muito brilho. Em seu lugar, criei H, baseando-me novamente em Solaris de X-Men:Age of Apocalypse. Era uma garota cuja pele emanava um poderoso fogo atômico, além de voar e disparar rajadas. Seu nome era Telma, e era uma colegial normal que teve a vida interrompida devido aos poderes. Na época, ela controlava os poderes sem problemas, apesar de só poder usar o podo flamejante por alguns minutos, senão corria o risco de atingir a massa crítica e explodir como uma bomba atômica.

O ponto mais importante de Telma era que ela não havia sido abandonada pelos conhecidos. Na verdade, ela havia entrado na escola por que sua colega de classe, Simone, havia descoberto o lugar. Simone era uma garota viva, curiosa, hiper-ativa e fascinada por super heróis. Ela havia convencido os diretores da escola (proto-verões de Syn e Joe Treno) de que também entrasse, e assim, poderia fazer companhia à sua amiga. Na época eu achei muito legal ter um personagem humano, sem nenhum tipo de poder ou habilidade especial, no meio de um time de super-heróis. Simone lembra muito a Jubileu do Geração-X, e servia como apoio moral para o grupo. Acho que muito da Nêmesis feio dela, apesar de eu ainda querer investir na idéia.

Na segunda versão do fanfic, depois dos jogos, resolvemos remodelar os personagens para que tivessem um tom mais adulto. Então, Marie e Telma se fundiriam quase que por completo. A nova personagem seria chamada apenas H. Anteriormente, havia sido uma riquinha francesa, mas agora era uma tocha atômica ambulante. Seus poderes eram muito fortes, e a quantidade de radiação que ela emanava era suficiente para ferir os outros do grupo. Por esse motivo, ela usava uma roupa justa, que pareciam com tiras de couro amarradas, e redes finas de chumbo, dando a impressão de um traje de mergulho ninja. Ela possuía um quarto próprio na escola (igual Marie, anteriormente), mas este era um cofre de chumbo, o único lugar onde ela podia tirar as pesadas roupas de anti-radiação que usava. Seu poder ainda era o de disparar e controlar radiação.

Mais tarde, no PbEM Gênesis, mestrado pelo Capa, criei um personagem chamado Max Evans, baseado no homônimo da série Roswell. Ele era um adolescente cujo poder era controlar, de forma instintiva, a matéria ao seu redor. Não tinha poderes telecinéticos nem nada do tipo, mas podia alterar a composição química dos materiais, bem como gerar reações químicas do nada. Ele, no entanto, era um jovem perturbado, abusado pelo pai e que trabalhava como faxineiro de uma rodoviária. Ele foi reescrito para uma versão mais séria de Gênesis, se tornando um Zero (uma espécie de Last Stepper). Como havia a intenção de publicar o material, resolvi mudar o nome dele para Michael Paris.

Anos depois, quando estava preparando as primeiras aventuras da campanha, pensei em criar uma cena onde os personagens deveriam decidir se confiavam ou não em um NPC com passado suspeito. Decidi então criar Christine. Ela seria uma mistura de Simone, Telma, Marie e H, mas com os poderes de Michael Paris, que eram mais interessantes. Seria irmã do grande vilão da série, Voltage. Como detalhe, usei uma foto da cantora francesa Alizee (na época, não sabia que ela era francesa), e inventei que Christine usaria sempre chapéus. Na época, ela também não falaria o que eram seus poderes, e sempre que perguntavam, respondia que fazia "Coisas". Eu devo admitir que me diverti muito com os jogadores tendo ataques nervosos com esses detalhes, e foi uma das coisas que mais senti falta quando o personagem cresceu.

Na época, Voltage seria realmente um cara mau. Ele estaria reunindo um grupo chamado "Os 7", que seriam os Supers mais fortes do mundo, para criar um time invencível de vilões. Logo na terceira aventura, ele deveria mandar seus lacaios para tentar capturar Christine, e então seria revelado o segredo.

Obviamente, não deu certo. Primeiro, por que nenhum dos jogadores tinha se afeiçoado pela personagem (apenas Ashley se interessou pelo personagem), e segundo, por que um dos jogadores havia escolhido como fraqueza exatamente o poder de Voltage, o que o tornaria um vilão impraticável, já que era muito poderoso. Christine foi deixada de lado, mas obteve afeição de Alisia durante a primeira aparição de Contágio.

Christine então iria desaparecer. Na verdade, iria se aliar a Voltage, e enfrentar o antigo grupo. Os jogadores então se esforçaram tanto para evitar que ela lutasse contra o grande vilão, que mudei de idéia. Eles descobriram que eles eram irmãos, e que Christine havia descoberto que fora Voltage quem destruira parte de Paris anos antes, matando (teoricamente) seu irmão e seu pai. Ela então passou pela primeira fase atômica. Toda a ideia de Christine ser uma Third Stepper para parar tanto Lann quanto Voltage foi uma idéia que surgiu quase do nada, durante o jogo.

Na verdade, eu achei que seria legal transforma-la na H, mas Nicholas lutou tanto para salva-la, que resolvi retorna-la ao normal, depois de uma série de cenas dramáticas. Quando Lann criou versões de Christine e Voltage, a idéia seria substituí-los por "gemeos malvados", mas como o mundo foi resetado logo depois, abandonei a ideia.

Outro ponto importante são as personalidades. Diferente das suposições, existem apenas duas personalidades de Christine: uma criada por travas, que é uma pessoa amarga, fria, calculista, arrogante e cruel, e outra que foi feita pelo Tchekov (numa tentativa de evitar que a primeira se matasse) é gentil, hiper-ativa, ingênua e amigável. Quando desperta, por ajuda de Lann, a personalidade inicial vê que perdeu sua vida para uma estranha, e quer que ela sofra por isso. Christine de tornou namorada de Nicholas, e os dois estão juntos desde então.

Devido a reestruturação do jogo, Christine perdeu um pouco do brilho. Resolvi fazer uma nova versão dela, voltando à idéia original. Ela se tornaria H novamente. Claro, a idéia parou quando vi a mobilização dos jogadores. Ela está em estado atômico desde então, flutuando entre as personalidades, por causa de um ataque da Third Stepper Singularity.

Entre outros detalhes importantes da personagem estão o sotaque (eu adorava fazer o sotaque francês de Christine) e o apoio familiar no Background (O irmão é Voltage, e a mãe é Simone, que é a espiã francesa Telma com as memórias implantadas).

Nota: Este post será atualizado sempre que a personagem passar por alguma mudança.

2 comentários:

Mavericko disse...

Break Combo chain do garou, RAH

zuera, dahora kra, impressionante como de ideias nada a ver surge algo bem elaborado.

Tao loco qto o making da Miharu.

Calliban disse...

Acho que de todos os personagens que eu bolei, a mais bizarra em questão de origens é a Christine ^^

Pior que pra mim, a sensação de fazer essas coisas é praticamente a de uma serie Ultimates ou algo do tipo :)

Fico pensando se vou conseguir fazer isso com Nael um dia =P