Em 2015, um grupo de super-humanos escapa de uma base do governo para salvar o mundo, e acaba descobrindo uma série de segredos sombrios. Essas são suas histórias.

Making of: Claude Monet Nistelroy.

Como disse no Making Of da Alisia, falar sobre o Claude é bastante tranqüilo e vai tomar muito menos espaço. O sujeito surgiu em uma época que eu estava desanimado dos poderes da loira, basicamente porque ela disparava rajadas e o Liquid era muito melhor nisso. Eu já tinha pedido um Speedster pro Calliban no comecinho da campanha, mas tinha a Sonique e ele não deixou. Tempos depois, enquanto eu chorava as pitangas da Alisia, ele perguntou se eu queria um Speedster e eu aceitei.

As influências na criação do cara foram várias porém muito bem definidas. O nome foi uma mescla. Claude Monet foi mesmo por causa do pintor impressionista Oscar Claude Monet. O sobrenome Nistelroy veio do jogador de futebol holandês Van Nistelroy, que eu queria usar já fazia tempo. Bom, ele era um inglês, filho de uma francesa com um sobrenome holandês, já tinha algo para começar.

Na época eu (e mais ninguém no mundo) assistia o seriado Thieves, na Warner Channel, que passava no SBT com o nome Os Vigaristas. Esse seriado era excelente mesmo mas não foi pra frente e só teve 10 episódios. Nessa série, o ator John Stamos interpretava o ladrão Johnny Miles. Refinado, irônico, cínico e sem nenhum senso de lei e ordem. Decidi usar o Johnny como modelo para o humano Claude.

Bom, eu precisava de uma história. Ele havia sido criado dentro da máfia francesa, seu pai era primo do chefão do crime de Paris, e quando o moleque ficou órfão ele foi morar com o tio. Anteriormente houve um outro tio, que só trabalhava para a máfia e se chamava Maurice, mas acabei tirando esse cara do rolo porque não tinha relevância alguma. Dentro da máfia veio o lance com Robert, seu primo/irmão, com o qual fora criado. Em uma versão "What If..." do Claude eu cheguei a trocar esse cara por uma mulher, de nome Nina Nistelroy. A versão What If ficou até legal, mas não tinha nada a ver, e além disso tinha surgido a Nina irmã do Nicholas. Deixei ela de lado, mais para a frente acabei transformando-a em outra personagem.

O lance com Robert foi que eles eram os melhores mesmo dentro da máfia, e competiam para saber quem era o melhor. Resolvi matar o Robert em uma disputa idiota por uma mulher, primeiro porque não sabia bem o que fazer com ele na época (e o Ariano Suassuna me ensinou a matar personagens que não têm mais uso). Segundo, porque isso criaria no Claude um pequeno senso de culpa e um maior de responsabilidade. Mais para a frente eu conversei muito com o Calliban e nós transformamos o Robert (que não morreu no acidente) em um vilão dos BlackOps, o Sniper.

Outro elemento de colagem na construção do Claude foi o único volume que tinha lido na época do Lobo Solitário. Me Apeteceu a idéia de ser o único no grupo com um filho órfão de mãe. Coloquei que a mulher da disputa que matou Robert era uma austríaca criada na França chamada Lisa Marie Kohler, e decidi que ela estava grávida de um dos dois. Assim tinha motivo para a disputa idiota, tinha uma dúvida montada no ar (quem é o pai do menininho), e dá o contexto para inserir no jogo o pequeno Klaus Kohler van der Nistelroy, atualmente (2017) com 7 anos de idade. A personalidade do garoto ainda não foi traçada, e acho que esse é justamente o momento ideal para escrever contos com ele.

Bem, o inglês tem mais personagens secundários. Ele se tornou um grande amigo do milionário norte-americano John Hasler, o Midnighter, que o ajudou a construir em 2016 o Poliedro, nos subterrâneos de Londres, sob o prédio da Nistelroy Security Technologies. Aquela personagem feminina que originalmente era sua irmã, foi transformada em uma ladra irlandesa de nome Victoria Lupin, descendente de Arnie Lupin, o lendário ladrão de casaca. Essa personagem é a única pessoa que Claude respeita como ladrão, e usa o codinome Pink Panther. Ele fez amizades com vários NPC's importantes, mas isso não é o ponto do Making Of.

Os poderes foram um problema. No início ele apenas era rápido e tal. Depois de um tempo fomos problematizando seu poder. Houve uma época em que ele retirava sua velocidade do calor, e perdia os poderes em ambientes frios. Como já havia visto com Alisia. é uma péssima restrição para um poder. Na segunda versão (momento em que ele se tornou efetivamente o homem mais rápido do mundo, na época do PL18), nós mudamos seu efeito colateral de poder para uma descarga de eletricidade causada pelo atrito com o ar. Isso, unido ao codinome que desde o princípio era Lightning, deu uma nova identidade para o herói. Baseado no Impulso dos Jovens Titãs da DC, ele ganhou regeneração (o que o tornou um cara muito difícil de se lidar). Confesso que não tenho a pretensão de que o Claude seja invencível, mas uma coisa que realmente aprecio quando jogo com ele é a dificuldade em ser atingido e – sobretudo – a capacidade de correr ao redor do mundo em uma Full Action.

Isso, é claro, e o fato de ele ser o ladrão mais estiloso do ocidente.

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